quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Utilização da Tecnologia no Ultramar (Alouette)


O SA-3160 AlouetteIII foi um projecto da Sud Aviation dos anos 50, princípios de 60, a partir da experiência e conhecimentos adquiridos com o Alouette II, como um helicóptero de fins gerais.
Entre outras possibilidades operacionais, o AlouetteIII pode ser usado em acções de salvamento, no apoio de ataque a incêndios florestais, tendo sido largamente utilizado durante a Guerra do Ultramar principalmente como helicóptero de assalto, de evacuação sanitária, patrulhamento e transporte.
Sendo equipado com trem de aterragem de rodas na Força Aérea Portuguesa, o AlouetteIII pode, no entanto, comportar a instalação de outros tipos de trem de aterragem: Por exemplo, flutuadores.
O SA-3160, AlouetteIII, tem capacidade de transporte para 6 seis passageiros (além do piloto), ou 2 macas e 2 passageiros, ou 800 Kg de carga interna, ou ainda 750 Kg de carga suspensa.
No tocante a armamento, pode ser apetrechado com um canhão lateral de 20 mm de calibre e um sistema de lança-foguetes com capacidade para 12 foguetes de 2,75".

Características
Motor: Turbina ArtousteIII B "Turbomeca" , de 880 CV, rotor de 3 pás;
Comprimento: 12,84 metros;
Altura: 2,97 metros;
Diâmetro: 11,02 metros;
Velocidade máxima: 113 nós;
Velocidade cruzeiro: 100 nós;
Alcance maximo: 250 milhas marítimas;
Tecto de serviço: 6.500 metros;
Peso vazio: 1.243 Kg;
Peso máximo de descolagem: 2.100 Kg;

Historial na Força Aérea Portuguesa.
Os primeiros Alouette III da Força Aérea Portuguesa começaram a chegar a Luanda em Junho de 1963.
Como se pode ver no registo da minha caderneta, o 9253, (a numeração começava no 9250), realizou um voo no dia 30 de Junho. Como eu era um dos mecânicos que fazia os voos de ensaio, o "X-2" da natureza do voo, se não estou em erro, será mesmo voo de experiência.

A minha primeira missão em Moçambique, foi em Marrupa, com um Alouette II, nos primeiros dias de 1967.
Os Alouette III estavam a ser montados em Nacala pelos sargentos Paiva e Espinheira, com a supervisão do capitão Viana. Começaram a voar no território nessa altura. Segundo os dados da minha caderneta, só voei pela primeira vez de Alouette III, em Moçambique, já em Fevereiro desse mesmo ano de 1967.



O Alouette III é um helicóptero utilitário ligeiro de transporte, monomotor, fabricado pela Aérospatiale, na França.

É um desenvolvimento do Alouette II, tendo um tamanho maior e uma maior capacidade de carga. Originalmente propulsado por uma turbina Turbomeca Artouste IIIB, o Alouette é reconhecido pelas suas capacidades de operação em grandes altitudes, sendo o ideal para o salvamento em áreas montanhosas.

A primeira versão do Alouette III, o protótipo SE-3160 voou pela primeira vez em 28 de Fevereiro de 1959. A sua produção foi iniciada em 1968, mantendo-se até 1968. Em 1968 começou a ser produzida a versão SA-316B.

Os SE-3160 Alouette III (ALIII) foram adquiridos pela Força Aérea Portuguesa a partir de Abril de 1963 como complemento aos poucos aparelhos Alouette II já em serviço, para actuarem nas operaçoes militares a decorrer em Angola, Guiné Portuguesa e Moçambique. O Alouette III tornou-se num dos principais ícones da Guerra do Ultramar, ficando famosas as imagens dos Páraquedistas e Comandos a saltar dos aparelhos, enquantos estes pairavam a cerca de 3 metros do solo, durante as operações de heli-assalto.

Os ALIII básicos desarmados, com o nome de código "Canibais" realizavam essencialmente operações de transporte, heli-assalto e evacuação sanitária. A estes ALII juntaram-se os helicanhões, com o nome de código "Lobos Maus", com um canhão de 20 mm montado virado para bombordo, disparado por um apontador através da porta lateral aberta. Em 1973 realizaram-se algumas experiências no sentido de incorporar lança-foguetes de 37 mm ou 2,75", mas nunca chegaram à fase operacional.

A Força Aérea Portuguesa adquiriu um total de 142 Alouette III, o segundo maior número de um único modelo de aeronave ao serviço de Portugal, logo a seguir ao North-American T-6.

Actualmente, os aparelhos remanescentes são utilizados na Base Aérea de Beja essencialmente para instrução e como utilitários

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